Emerson Campos Gonçalves
Universidade Federal do Espírito Santo / Pesquisador no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação, Filosofia e Linguagens (Nepefil) e Pós-Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL).
Este artigo aproxima e entrelaça as teses defendidas por Christoph Türcke (2002; 2012) sobre o vício em imagens digitais e o estabelecimento de uma cultura do déficit de atenção na Sociedade Excitada, em que parte considerável das pessoas torna-se dependente de grandes cargas de estímulos imagéticos ou de medicamentos, como o metilfenidato, para “despertar” sentidos cada vez mais saturados. A hipótese sustentada é de que as teses, apresentadas em momentos distintos pelo filósofo alemão, complementam-se e partem de um denominador em comum: o avanço da indústria cultural por meio das redes sociais online e dos smartphones. Objetivando discutir as implicações dessa realidade para a formação docente, esta análise dialoga com o conceito de Halbbildung em Theodor W. Adorno e revisa diferentes estudos sobre o vício em smartphones e metilfenidato entre os universitários. Ao fim, defende-se a relevância de problematizar esse déficit de atenção (que surge nas tramas da indústria da cultura) como, também, um déficit de imaginação.
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