terça-feira, 1 de novembro de 2016

Artigo apresentado no X Congresso Internacional de Teoria Crítica, na UFSCAR (ISSN: 1984-2392)

Formação de indivíduos fascistas na Sociedade Excitada: imprensa e personalidade autoritária nas redes sociais online

Resumo

A consolidação da era pós-massiva e a aparente superação dos tradicionais veículos de comunicação de massa (mass media) têm provocado um constante estado de excitação entre usuários das redes sociais online, profissionais da área (sobretudo jornalistas e publicitários) e teóricos da Comunicação Social. No entanto, ao contrário do que se poderia se esperar, as análises mais otimistas têm partido justamente do campo acadêmico, com teorias como a de André Lemos e Pierre Lévy (2010) que preveem a superação do próprio modo de vida a partir de uma sociedade “ciberorganizada” ou “ciberdemocrática”. Neste sentido, esta pesquisa, organizada sob a forma de um ainda embrionário ensaio crítico, busca lançar crítica negativa sobre o tema, sobretudo a partir do cruzamento dos conceitos de semiformação e síndrome fascista, presentes em diferentes textos de Theodor W. Adorno; e de vício e sensação, discutidos por Christoph Türcke na obra Sociedade Excitada (2010). Um dos pressupostos fundamentais para tal empreitada é a constatação da atualidade do conceito de Indústria Cultural como possibilidade de análise para o atual estágio de desenvolvimento da comunicação nas redes sociais. Para referendar a análise ensaística proposta foi realizada uma pesquisa empírica com 27 charges do jornal A Gazeta (ES). O objetivo foi averiguar a existência ou não de elementos da personalidade autoritária descrita por Adorno nos conteúdos compartilhados pelos mass media na rede.