sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Apresentação na Anpof e GT de Teoria Crítica

Nesta atribulada semana que antecede o segundo turno das eleições participei do XVIII Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduações em Filosofia (Anpof), realizado na Ufes, aqui em Vitória (ES). Na ocasião tive a grande alegria de integrar o primeiro GT de Teoria Crítica da Anpof, coordenado pela Profa. Dra. Franciele Bete Petry (UFSC). 

Participei da mesa 7 do grupo, no dia 24/10, onde apresentei o trabalho "Jornalismo como antifilosofia e a propagação do discurso fascista na sociedade excitada: uma análise crítica de charges em a gazeta", fruto do artigo que publiquei na Revista Estudos de Jornalismo com o Prof. Dr. Robson  Loureiro.

Também participaram da mesa os professores Leonardo Jorge da Hora Pereira (UFBA), com o trabalho "Vigilância em massa e o poder dos dados na era digital"; Virginia Helena Ferreira da Costa (USP), com o trabalho "A fisionomia da voz do rádio nos estudos sobre autoritarismo de adorno"; e Wécio Pinheiro Araújo (UFPB), com o trabalho "A política da sensação".

Faço uma menção honrosa ao belíssimo trabalho do Prof. Wécio que, em seu doutorado sanduíche com o Prof. Dr. Christoph Türcke (ao lado de Adorno, um dos principais teóricos que sustentam minha tese de doutorado no PPGE), desenvolveu o conceito de "política da sensação". Vale muito a leitura!

Deixo aqui o link com a programação completa da Anpof. Assim que os anais forem publicados atualizo a informação aqui no blog.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

XI Congresso Internacional de Teoria Crítica: Estado de Exceção e Racionalidade na Idade Mídia


Nesta semana participei do X Congresso  Internacional de Teoria Crítica, na Unesp (Araraquara-SP), onde tive a oportunidade de apresentar dois trabalhos e coordenar a mesa de debates sobre Comunicação e Indústria Cultural do dia 03 de outubro. Os trabalhos que apresentei por lá foram:


  • Estudos sobre a personalidade autoritária como via para a crítica negativa da sociedade excitada: fascismo e a "segunda morte" de Marielle Franco. (Emerson Campos Gonçalves)*
  • Memória histórica, o fiasco da desnazificação e o neofascismo no início de século XXI. (Robson Loureiro, Emerson Campos Gonçalves)*

Para além de reencontros com pesquisadores que tanto admiro - como, por exemplo, a querida Profa. Dra. Estelamaris Brant Scarel (PUC-GO), que apresentou a continuidade de sua pesquisa "A indústria cultural, os meios de comunicação e experiência (de)formativa à luz da teoria crítica da sociedade" -, tive a oportunidade de conhecer novos trabalhos, dos quais destaco três pela congruência com as discussões que tentamos desenvolver no Nepefil//Ufes:

i) "Autoritarismo e Educação contra barbárie: uma análise do filme 'A fita branca'", de Débora Siqueira (PUC Minas); Ariany da Silva Bezerra (PUC Minas);

ii) "Auschwitz: um legado para a Educação", de Ariovaldo Francisco da Silva (USF) e Luzia Batista de O. Silva (USF);

iii) "Dialética Negativa, adjacências e Entzauberung: uma leitura materialista da atualidade em Theodor W. Adorno", de Guilherme Oreste Canarim (UNESC) e Alex Sander da Silva (UNESC).

São trabalhos que se cercam dos debates presentes nos Estudos sobre a Personalidade Autoritária do Grupo de Berkeley, que também levo para a tese, e da  Dialética Negativa de Adorno. Recomendo conferir estas pesquisas nos anais do evento.

Outro trabalho lindo que tive a oportunidade de conferir lá é do Prof. Dr. Miguel Vedda, da Universidade de Buenos Aires, que na mesa sobre "Filosofia, teoria social e estado de exceção" apresentou sua pesquisa sobre Siegfried Kracauer. Entre as hipóteses que defende, trazendo o debate sobre o estado de exceção para a América Latina contemporânea, Vedda retoma Marx e Kracauer e aponta que "o fascismo é a farsa da farsa". Logo, se as ditaduras foram a tragédia da América Latina e se os governos neoliberais dos anos 1990 foram a farsa, hoje vivemos a iminência da farsa da farsa que é o fascismo, preocupação que, aliás, norteou quase que a totalidade das apresentações que pude conferir, o que mostra que Adorno estava correto em prever que, perseverando as condições objetivas e subjetivas que permitiram a barbárie e a miséria absoluta do espírito humano, todo o terror pode ressurgir.

Por ora deixo o link para arquivo com a programação completa do evento. Assim que os anais forem publicados faço a atualização aqui.

[*] Vale o registro que dessa vez, o Prof. Robson e eu optamos por ampliar os trabalhos em dois artigos, por isso acabamos deixando eles de fora dos anais do evento. Assim que forem publicados compartilho aqui. Caso desejem acesso aos resumos, fiquem à vontade para entrar em contato por e-mail.