terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Missa dos quilombos e elaboração do passado: resistência na obra de Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra


No próximo 04/12 apresento no XXII Congresso de Estudos Literários "Literatura e Canção", organizado pelo PPGL/Ufes, o trabalho "Missa dos quilombos e elaboração do passado: resistência na obra de Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra", onde discuto a importância da referida obra como elaboração do passado racista e escravagista brasileiro, bem como de resistência à Ditadura Militar. Confira abaixo o resumo do trabalho:

Objeto de diferentes investigações em múltiplos campos do conhecimento, como História, Antropologia, Literatura e Música (CANTON, 2009; SENRA, 2013; OLIVEIRA, 2015; CAMPOS, 2017; GARCIA; PÚBLIO, 2018), o disco Missa dos Quilombos, produção coletiva de Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra, bem como a celebração que dele deriva, realizada em 22 de novembro de 1981, no pátio da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, em Recife (PE), é considerado um marco de resistência do movimento negro durante a Ditadura Militar e uma das principais peças da retomada cultural após a extinção do AI-5. Neste trabalho, objetiva-se ampliar o olhar sobre a obra, tomando a Missa não apenas como um ato de resistência ao período em que foi composta/gravada, mas também de enfrentamento da história de violência e exclusão que marcou/marca a população negra no Brasil desde a diáspora africana até os tempos hodiernos. Assim, toma-se o conceito adorniano de elaboração do passado (Aufarbeitung der Vergangenheit) como caminho crítico-analítico para uma análise histórica e hermenêutica da obra frente sua época de produção, buscando apontar contribuições para a luta contemporânea de valorização da cultura negra e de elaboração da história de exclusão e desigualdade racial no Brasil.

[Livro Imaginamundos] Reflexos da sociedade excitada no Ensino Superior

Foi publicado pela Editora Nupem/UFRJ o belíssimo livro "Imaginamundos: Interfaces entre educação ambiental e imagens", organizado pelos professores Rafael Nogueira Costa, Celso Sánchez, Robson Loureiro e Sergio Luiz Pereira da Silva. Na obra, a Profa. Dra. Juliana Barbosa Coitinho e eu publicamos um dos principais trabalhos de nossa pesquisa sobre ensino de Bioquímica e a mediação da aprendizagem por imagens. Embora o estudo seja conduzido a partir da disciplina de Bioquímica, o capítulo amplia o debate filosófico e da educação de modo a contemplar as contradições de algumas estratégias de ensino-aprendizagem que dialogam com todas as áreas do conhecimento. 

Para acessar o livro completo clique aqui e faça o download gratuito. Nosso capítulo é o "Reflexos da sociedade excitada no Ensino Superior: o vício em imagens e a supersaturação dos sentidos como obstáculos no ensino-aprendizagem de Bioquímica".

Confira abaixo a gentil apresentação escrita pelo professor Reinaldo Luiz Bozelli (Professor Titular em Ecologia na UFRJ) para o nosso texto:

Ei! Ei! Ei você leitor dedicado, viajando de forma frenética ou contida neste infinito de possibilidades desta obra tão real quanto imaginária, ao mesmo tempo real e imaginária. Ei você professor, às vezes cansado às vezes insatisfeito com o andamento das suas aulas, e por isto querendo mudar algo, mudar tudo. Ei você aluno, sedento de saber mais, deslumbrado com a bioquímica mas ainda tropeçando em compostos, ligações, proteínas, enzimas, no espaço, no tempo e nas formas. Ei você bioquímico da bancada, do mundo paralelo, do pedestal das descobertas cotidianas que circularão nas revistas científicas mais importantes mundo a fora. Ei você, apenas um curioso.

Achegue-se, ouse atravessar este capítulo. Aqui tem um tesouro, que não será difícil descobrir, que não será difícil possuir. Pegarão na sua mão e te mostrarão um montão de joias para a vida e você entenderá tudo. Trarão debates teóricos muito pertinentes e sem exageros. À sua frente estarão de forma clara os limites e as contradições quando nos excedemos em usar soluções educativas aparentemente testadas e aprovadas, sem perceber que serão lançadas em um mundo que já pode estar supersaturado, viciado até em determinados signos. E ainda segurando na sua mão, mas massageando muito seu cérebro e seu olhos afastarão um pouco e de forma sensata da cena recursos educativos que sempre julgamos infalíveis, para iluminar alternativas que já carregamos conosco. Não vou contar mais, se joguem, pois as joias serão suas. Quando atravessei, a excitação deu lugar ao deleite, eu sabia que utopia seguir e como faria: filosofar-imaginar-bioquimicar-filosofar-imaginar-bioquimicar...