Cinema e publicidade na era pós-massiva: representação da mulher no universo convergente da franquia Star Wars.
63 segundos. Desconsiderando as aparições da Princesa Leia, interpretada pela atriz norte-americana Carrie Fisher (1956 - 2016), esse é o tempo total de fala destinado às demais personagens femininas nos 388 minutos que compõe uma das trilogias mais famosas da história do cinema: os episódios IV, V e VI da saga Star Wars. Mais do que desvelar as relações machistas na produção cinematográfica hollywoodiana, tal dado fomenta uma espécie de angústia, algo como um thaumázein (espanto, perplexidade), quando percebemos que, contraditoriamente, não apenas os três primeiros longas-metragens, mas toda a franquia é um sucesso da indústria do entretenimento também entre as mulheres.
Partindo de tal constatação, torna-se inevitável problematizar: se a construção de um enredo misógino, com a mulher sem fala e sempre à espera de um herói masculino, "deu certo" durante mais de três décadas do ponto de vista comercial, o que justifica a mudança drástica apresentada no sétimo episódio da saga, O Despertar da Força (2015), que traz a personagem Rey, interpretada pela atriz Daisy Ridle, como protagonista? Trata-se de um mero reconhecimento dos produtores à fidelidade do público feminino ou experimentamos, pela primeira vez na história de Star Wars, uma configuração midiática que permite às consumidoras da franquia ter o espaço comunicacional necessário para cobrar de forma efetiva a representatividade que lhes cabe nos produtos culturais?
Alguns dos caminhos para responder a questão estão no artigo publicado nesta edição da Revista Sala 206 como fruto de um trabalho bacanérrimo que orientei da Leticia Carvalho e que segue dando frutos. Para ler na íntegra, clica aqui ó: http://goo.gl/HVpwrU
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